Irmão de Pedro Velho e Augusto Severo, Alberto Maranhão nasceu em Macaíba, no dia 2 de outubro de 1872. Filho do casal Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e de D. Feliciana Maria da Silva Pedroza, iniciou seus estudos, primeiramente, em Macaíba e, depois, em Natal. Mais tarde, foi para Recife, formando-se em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de Pernambuco, no dia 8 de dezembro de 1892, aos 20 anos de idade.
Casou com a sobrinha D. Inês Barreto, filha de Juvino Barreto e Inês Maranhão e do casal nasceram seis filhos: Paulo, Laura, Judite, Juvino, Cleanto e Caio.
Participou do "Congresso Literário", que mantinha o jornal "A Tribuna". Com outros companheiros, fundou o "Grêmio Polymathico". Dirigiu o jornal "A República", “onde teve o ensejo de reafirmar o seu invencível valor de jornalista e homem de letras escrevendo, sem assinar, crônicas, tópicos e editoriais", conforme relata a escritor Meira Pires, no seu livro "Alberto Maranhão e o Seu Tempo” (1963).
No final do século passado, exerceu a função de promotor público em Macaíba; ocupou o cargo de secretário de Estado na administração do seu irmão Pedro Velho. Em 14 de junho de 1899, foi eleito governador do Estado, conduzindo os destinos políticos do Rio Grande do Norte de 1900 a 1904.
Na sua gestão, aprovou a lei nº 145, de 6 de agosto de 1900, denominando que "é o governador autorizado a premiar livros de ciência e literatura produzidos por filhos domiciliados no Rio Grande do Norte, ou naturais de outros Estados quando neste tenham fixa e definitiva a sua residência". Essa lei promoveu o desenvolvimento cultural do Estado, constituindo-se em fato inédito no País.
Foi ele quem inaugurou o Teatro "Carlos Gomes" (hoje detém o seu nome), no dia 24 de março de 1904. A renda do Teatro era destinada para ajudar aos flagelados, vítimas da seca, que se encontravam em Natal.
Com o término de sua administração, foi eleito deputado federal, e durante o exercício de seu mandato fez parte da Comissão de Diplomacia. Voltou a assumir o governo do Estado, realizando uma profícua administração: fundou o Conservatório de Música; o Hospital Juvino Barreto (hoje Onofre Lopes); o Derby Clube (para incentivar o hipismo); e construiu a Casa de Detenção e o Asilo de Mendicidade. Implantou a luz elétrica em Natal e, posteriormente, os bondes elétricos.
Inaugurou a Escola Normal, em 3 de maio de 1908. Reconstruiu o Teatro "Carlos Gomes", dando-lhe as feições atuais e que foi entregue ao público no dia 19 de julho de 1912.
Alberto Maranhão estendeu sua ação também ao interior, como revela o escritor Itamar de Souza, em seu livro "A República Velha no Rio Grande do Norte (1889-1930)", de 1989: "Em São José de Mipibu, ele mandou as águas de uma fonte natural e permanente para o abaste-cimento di água daquela cidade. Em Macaíba, sua terra natal, construiu o cais de atracação, melhorando assim o transporte fluvial entre aquela cidade e a capital do Estado. Em Macau, mandou fazer um aterro, numa extensão de quatro quilômetros, ligando esta cidade à estrada do sertão, à margem do rio Assu".
"Para facilitar o deslocamento de pessoas e produtos entre o sertão e as cidades portuárias, ele construiu três mil quilômetros de estradas carroçáveis em direção às cidades de Canguaretama e Natal".
O segundo governo de Alberto Maranhão surpreende pelo dinamismo, sendo considerado, por unanimidade, como melhor administração durante a República Velha. Nem tudo, porém, foi positivo nesta gestão do oligarca potiguar que procurou, abertamente, imortalizar os membros de sua família. O município de Vila Flor teve o seu nome alterado para "Pedro Velho". Além dessa homenagem, mandou fazer um busto do irmão que foi colocado na "Square Pedra Velho". Numa avaliação, Itamar de Souza critica o ilustre político macaibense: "Este segundo governo de Alberto Maranhão teve três características básicas: primeiro, procurou imortalizar os membros da oligarquia apondo seus nomes em municípios, repartições públicas, monumentos, e praças; segundo, monopolizou importantes setores da economia estadual, favorecendo, assim, os amigos e correligionários, em detrimento do erário público; e, terceiro, realizou uma grande e inovadora administração com o dinheiro tomado emprestado no estrangeiro."
Após deixar o governo, em 31 de dezembro de 1913, Alberto Maranhão foi deputado federal, representando o seu Estado nessa função, de 1927 a 1929. Abandonando a vida política, saiu do Rio Grande do Norte e foi morar com a família em Parati, Rio de Janeiro.
Em 1918, publicou dois trabalhos: "Na Câmara e na Imprensa" e "Quatro discursos históricos". Alberto Maranhão faleceu aos 71 anos, no dia 1 de fevereiro de 1944, em Angra dos Reis, sendo sepultado no outro dia, em Parati, no Estado do Rio de Janeiro. Os seus restos mortais foram transladados daquela cidade para o teatro “Alberto Maranhão” em Natal.
Em Macaíba, foi dado o nome de "Alberto Maranhão" a um conjunto habitacional, localizado nas proximidades do bairro Campo das Mangueiras, no final da década de 80. Em 2005, o Rio Grande do Norte transladou do Rio de Janeiro para Natal os restos mortais do governador da cultura, sendo sepultados no teatro que ostenta seu nome.
FONTE - HISTÓRIA E GENEALOGIA, DE ANDERSON TAVARES DE LIRA